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Quem foi ontem na Praça da Independência, em São Paulo, pode contar que não pagou um tostão pra entrar naquele mar de gente e participar da história, na volta dos Mutantes ao país depois de 28 anos. E foi um puta show. A coisa era de proporções gigantes. Produção, platéia, fila, espera, bebedeira, chapação, deleite... Tudo gigante.
Não vi a Nação Zumbi, e nem queria. Em seguida tinha Tom Zé, que conquistou a galera cantando sua maluquice, zoando Dom Pedro I e comandando um coro de "filho da puta" para George W. Bush. "Vou cantar agora pra vocês o Hino da Guerra", anunciou antes de iniciar o hino americano - seguido aos berros, de punhos em riste, por todos à frente da multidão.

Sobre os Mutantes, confirmo quase tudo escrito no post abaixo. Sergio Dias detona, Zélia Duncan segura, sim, a peteca e os teclados do Arnaldo realmente estão baixos, mas nada desapru-mados. Lembro que começou bem, com
Dom Quixote e
Caminhante Noturno. Outra que chamou a atenção foi
Baby, por perder muito de seu encanto sem a doçura da voz de Rita Lee. No momento mais perfeito da noite, Tom Zé subiu ao palco para cantar suas parcerias com a banda,
2001 e
Qualquer Bobagem. Lindo.

Arnaldo Baptista, o mais ovacionado, precisava de um tipo de
teleprompter para cantar e mantinha-se em pé com dificuldade - chegou a cambalear no centro do palco em
Qualquer Bobagem, coube à Tom Zé, que o acompanhava, ampará-lo. Coube até a angelical
Le premier bonheur du jour, da Françoise Hardy. Lá pro final, teve
Ando meio desligado,
A hora e a vez do cabelo nascer,
Minha menina,
Batmacumba e
Panis et circensis. É mole?
Balada do Louco deixou a galera tão, tão extasiada que foi a única a ser repitida no bis - sempre acompanhada aos gritos, como a maioria das 22 músicas do repertório.
Veja a relação completa, mais ou menos na mesma ordem da apresentação:
Dom Quixote, Caminhante noturno, Ave Lúcifer, Ave Gengis, Dia 36, 2001, Qualquer bobagem, Balada do louco, Tecnicolor, Baby, Virginia, Top Top, Banho de Lua, Desculpe Baby, Cantor de mambo, El Justiciero, Le premier bonheur du jour, A hora e a vez do cabelo nascer, Ando meio desligado, Minha menina, Batmacumba, Panis et circenses.
Como definiu uma matéria do Estadão, "um show memorável de uma improvável volta, celebrada em uma improvável ocasião. Nada mais Mutantes". Pouco antes de partir, Dias deixou o recado: "Isso é pra vocês acreditarem que tudo nessa vida é possível". Foi a deixa de que tudo era mesmo verdade.
Pode ser pra gringo ver, mas foi foda.
Sun shining to everybody
Um comentário:
(sic) Então se fu i?
Ta de novo na história véi.
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