sexta-feira, 11 de setembro de 2009

A invasão das suecas de franjinha

É, neguinho... Se você gosta de escandinavas com roupinha de boneca, prepare seu jaco mais estiloso e corra já garantir ingressos pra mais uma Invasão Sueca. O projeto, realizado pelo Coquetel Molotov em parceria com o Swedish Institute, chega ao seu quarto ano seguido trazendo artistas da terra do pop perfeito ao país.

Dono por dois anos consecutivos dos títulos de Melhor Show Internacional e Melhor Festival em enquete do Guia da Folha de S. Paulo, a Invasão já acumula no currículo alguns shows de classe da música sueca, como José Gonzalez, Shout Out Louds e Peter, Bjorn & John.

Nessa edição, a programação conta com Britta Persson, Lonely Dear e o grupo Those Dancing Days - com shows Fortaleza, Recife, São Paulo e Porto Alegre. Na capital paulista, as atrações se dividem em shows nos dias 24 e 25, no Sesp Pompeia.

O dia 24 é todo da meiguice nerd de Britta Person, que aporta pela primeira vez na América Latina. Misturando melodias redondas com letras sacadas sobre estorvos amorosos na base de muito mel na goela, Britta é um talento surgido direto do campus da Universidade de Vaxjo, onde estudou ciências e era assistente de laboratório. Não, o visual CDF não é só estilo.

Britta fez seus primeiros shows no campus e em clubes locais até chamar a atenção de artistas conterrâneos, como o roqueiro Kristofer Âström, que a ajudou a gravar seu ótimo primeiro disco, “Top Quality Bonés and a Litter Terrorist”, em 2006. Atolado na mais doce e assobiável melancolia, o álbum foi aplaudido pela crítica e estourou na Europa. Agora, a cantora vem ao Brasil para divulgar seu segundo disco, “Kill Hollywood Me”, lançado ano passado, em que mostra mais lamúrias do coração encapadas em arranjos bem acabados.

Já o dia 25 fecha em dose dupla. Primeiro com Lonely Dear, o disfarce do cantor, compositor e multi-instrumentista Emil Svanängen. Único cueca escalado, o cara chega para apresentar músicas embaladas ora por seqüenciadores, ora por um simples violão. Emil já lançou quatro discos nos últimos três anos, todos registrados em gravações caseiras de assombrosa qualidade.

Depois é a vez das franjinhas repicadas do Those Dancing Days embelezarem a noite. Formada por cinco suequinhas de fantasia indie (duas delas de tirar o chapéu), a banda comprova que o gênero feminino, por algum mistério divino, tem limitações com instrumentos musicais – a única que parece mesmo dominar a arte é a baterista, que, pra compensar, é disparado a mais derrubada do grupo. Mas isso não compromete o resultado, que emula direitinho o rock dançante moldado pelo Blondie há mais de 20 anos. Pop retrô com gatinhas no palco? Claro, obrigado.

O investimento pra cada dia de brincadeira são exorbitantes R$ 15, na meia entrada.

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