Não sei exatamente o que me dispertam esse inimigos declarados indie rock. Está entre simpatia, aversão ou pena, ainda não me decidi. Só sei que tem gente colocando indie e emo no mesmo saco. Achando que é coisa de guarda-roupa, moda poser adolescente.
Bem, até onde eu sei, o termo indie vem da produção alternativa, fora dos ditames da grande indústria. Tem sua origem lá pelos anos 80, com o surgimento de bandas marginais emergentes que, sem espaço nas grandes gravadoras, passam a produzir e divulgar seus discos de forma independente a partir de pequenos selos. Muitos artistas foram agregarando elementos pop e eletrônicos aos seus sons, aderindo à experimentalismos na base de ingestão de drogas à rodo, e alguns abraçando uma estética retrô, sobretudo dos anos 60 e 70.
Aos poucos, o "indie" foi associado ao rock alternativo produzido por algumas gravadoras independentes, que começava a dominar as paradas. Nessa onda, bandas superaram a marginalidade, conquistaram público, fama e contratos com as grandes gravadoras. Como foi o caso do Smiths, Jesus and Mary Chain e Stone Roses na Inglaterra. Grupos que seriam decisivos no surgimento do Britpop na década seguinte, movimento que recolocou a o rock inglês no topo.
Nos EUA, o indie é mais ligado a cena alternativa pós-punk e do rock de garagem, também no início dos anos 80, liderada pelo Hüsker Dü, Dinosaur Jr e Sonic Youth. Mas o boom comercial e midiático do genêro no país veio mesmo só nos anos 90 com a porradeira grunge do Nirvana e Peal Jam. Na virada de século, o mundo é tomado por uma pandemia de Strokes até chegarmos nos Franz Ferdinands e Arctic Monkeys da vida.
Assim, a expressão é castrada de seu sentido original, de contraponto alternativo à cena de massa, de contestação e contra-cultura, e passa a ser assimilado simplesmente como um forte genêro comercial na industria pop. Enfim, numa caminhada de quase 30 anos, o termo perdeu-se na missão cool de definir a produção marginal pra virar etiqueta na butique de adolescentes na rabeira do hype.
sexta-feira, 13 de abril de 2007
Como o Indie virou Emo
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2 comentários:
o termo indie realmente pegou depois de 2001, com a "revolucao" que os strokes causaram, antes disto, os termos mais usados eram alternative ou guitar rock; agora da simbiose com a bichisse do emo, acho que se deve a molecada que consomome mais moda do que musica, que entopem fotologs com fotos pousadas e toda esta bichisse, e ai ta tudo no mesmo saco, ou os indies ou os emos...
verdade, a coisa pegou mesmo depois no fervô do Novo Rock, que de novo num tem nada. Mas acho q colocar Emo e Indie no mesmo saco é furado mesmo no quesito moda. São estilos diferentes, outras referências.
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